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Foto: Fêmea L201 Hypancistrus sp.

L201 Hypancistrus sp.

Orinoco Angel Pleco
Este projecto teve o seu início em Outubro de 2013, com a aquisição de um trio selvagem (F0). Inicialmente existia incerteza na sexagem das supostas fêmeas, mas ao fim de algumas semanas deixaram de existir dúvidas. Estas começaram a ficar mais arredondadas, sinal de "gravidez" e continuando com ausência de odontódeos no final dos raios das barbatanas peitorais.
 
A este grupo foram-se juntando gradualmente outros exemplares. Em Fevereiro de 2014 mais um macho selvagem, em Janeiro de 2015 uma fêmea pequena, também selvagem, e fechando o grupo, em Agosto de 2015, uma outra fêmea selvagem de grande porte (9cm).
 
Existia a curiosidade de, com a presença de dois machos, e apesar das quatro fêmeas, saber se ambos os machos teriam sucesso na reprodução. Verificou-se assim que os dois machos levaram posturas até ao fim, apesar do macho alfa acasalar com mais regularidade.

Dimensões do aquário (em cm) | 79(c) x 39(l) x 30(a)

 
População | 2 machos F0 + 4 fêmeas F0
 
Origem | Rio Orinoco, Venezuela
 
Filtragem | Eheim 2211 300 l/h
 
Aquecimento | Eheim jäger 100W
 
Bomba de circulação | Inexistente
 
Iluminação | Natural indirecta
Com o grupo formado criaram-se as condições para o sucesso na reprodução, valorizando-se o seguinte:
 
LAYOUT: após a primeira montagem, com a colocação de ardósia, troncos e tocas, evitar ao máximo a reconfiguração do layout. Dispor tudo por forma a existirem opções de escolha para esconderijos e possibilidade dos machos obterem o seu espaço distanciados entre si. São peixes que demoram a habituar-se ao aquário e necessitam de alguns meses para perderem a "timidez" e para iniciarem comportamentos de reprodução, pelo que a constante mudança de layout causa stress e retarda o sucesso no acasalamento.
 
PARÂMETROS DA ÁGUA: preocupação em conseguir manter os nitratos em níveis muito reduzidos, o pH entre os 5,5 e os 7,0, a temperatura entre os 27º e os 30ºC e a dureza reduzida (água mole, entre os 100 e os 250 ppm | TDS). Estes são os 4 parâmetros que controlo, mas sinceramente, e assim que vamos conhecendo as oscilações dos nossos aquários, a frequência com que realizamos os testes é cada vez mais reduzida.
 
ALIMENTAÇÃO: são peixes omnívoros, de predominância carnívora, porém, a sua alimentação deverá ser variada, desde as comuns pastilhas/wafers próprias para loricarídeos, passando pela comida congelada e legumes. As minhas opções são diversas pastilhas/wafers das melhores marcas (Hikari, Ocean Nutrition e Tropical) como base, bloodworms e diversos legumes (courgette, pepino, batata doce e abóbora), no entanto vou sempre testando novas comidas que vão aparecendo no mercado.
 
LOCALIZAÇÃO DO AQUÁRIO: existe uma tendência natural em colocar os nossos aquários em zonas da casa bastante frequentadas, zonas onde possamos usufruir da beleza deste pedaço de Oceano, Mar, Rio ou Lago com regularidade, contudo, a nossa aproximação, a nossa observação, o nosso "ruído" contribuem de forma adversa para a tranquilidade da espécie e consequentemente de uma forma negativa para a reprodução. Os meus aquários de criação de plecos encontram-se em zonas muito sossegadas, cuja passagem ou aproximação é limitada às acções de alimentação e manutenção dos aquários.
TOCAS DE REPRODUÇÃO: esta espécie reproduz-se preferencialmente em tocas, que deverão ser disponibilizadas em número suficiente (no mínimo 1 por macho e no máximo 1 por peixe), na dimensão adequada para que possibilite a entrada do casal e que o macho consiga bloquear a fêmea dentro, e de preferência em barro ou ardósia.
 
Largura - entre os 3 e os 4cm
Altura - entre os 2,5 e os 4cm
Comprimento - entre os 13 e os 15cm

Depois de ter em atenção estes pontos, que considero os mais importantes para o sucesso na reprodução, existem outras acções que induzem ao acasalamento, entre elas a variação da temperatura (redução ou aumento dentro dos valores acima referidos). Já tive posturas tanto após a redução como o aumento de temperatura, promovendo uma oscilação gradual por alguns dias. A realização de TPAs (trocas parciais de água) de cerca de 25% a 30% com água de osmose inversa ou água de uma outra origem, desde que seja para redução da dureza da água e pH (dentro dos parâmetros acima descritos), contribue igualmente para estimular à criação. Pela minha experiência tem sido a oscilação de temperatura o factor que mais contribue, algo que faço sempre que existe uma interrupção prolongada nas posturas (cerca de 6 meses), mesmo realizando TPAs com intervalos prolongados de 2/3 meses. Esta última situação (TPAs) só é possível pela reduzida população nos meus aquários e pelo controlo dos níveis de nitratos (reduzidos).

 

Fala-se com alguma regularidade na corrente de água que devemos proporcionar, essencialmente direccionada para a entrada das tocas por forma a simular a corrente típica do habitat natural e para induzir também à reprodução. A montagem inicial deste meu aquário de criação obedecia a esta opinião, e tinha uma bomba de circulação que proporcionava a dita corrente, tendo algumas posturas enquanto esta situação se verificava, contudo, e após a avaria desta bomba, continuei a ter posturas frequentes, chegando à conclusão que esta simulação de corrente não é determinante, mas sim uma boa oxigenação da água que poderá ser criada com uma cabeça difusora à saída de água dos filtros ou através da colocação de pedras difusoras ligadas a uma bomba de ar.

 

Apesar destes relatos acredito que existam outras experiências de sucesso, com outros factores subjacentes, contudo, esta é a minha experiência e que me tem levado à realização de diversas posturas e desenvolvimento saudável dos alevins.

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